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Na sombria “Vila dos Pescadores”, onde as águas calmas escondiam segredos turbulentos uma milícia implacável emergiu das sombras após operações que abalaram as estruturas do tráfico na região. Liderados por um ex-capitão determinado, esses renegados outrora encarregados de manter a ordem, tornaram-se senhores da desordem, estabelecendo um reinado sinistro sobre a comunidade. Ruas que eram antes movimentadas com a vida dos pescadores, agora ecoavam com os passos pesados da milícia, transformando a Vila dos Pescadores em um domínio sombrio onde a lei era ditada pelas próprias mãos que um dia juraram proteger.
Com a ascensão do PCC, no início dos anos 2000, as regiões dominadas pelos milicianos passaram a ser tomadas, aos poucos, pela facção criminosa. Mas, recentemente, com a prisão de alguns membros do PCC, alguns “Cabeça Branca” assumiram novamente atividades criminosas, como a cobrança do "gatonet".
Os milicianos decretavam e eliminavam não só jovens envolvidos com pequenos delitos, como também qualquer grupo de jovens que consideravam "potencialmente danosos". Muitos desses justiceiros foram condenados a penas altas pelo Tribunal do Júri, tanto na zona sul, como em Itapecerica da Serra. Os Cabeça Branca, porém, não foram os primeiros e nem eram os únicos justiceiros da região. "Um dos grupos mais famosos na zona sul —e nos municípios de Itapecerica da Serra e Embu das Artes— foram os 'Highlanders'. Eles ficaram conhecidos na década de 90 e início dos anos 2000 por diversos homicídios", relata Atoji.
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"Em um primeiro momento, começam a cobrança de 'taxa de segurança' da população. Mais adiante, passam a fazer cobranças de eletricidade e do chamado 'gatonet', sob pretexto de sustentar demandas da comunidade, à margem dos serviços que o Estado não fornece a essa população pobre."
Juliano Carvalho Atoji, promotor do Gaeco.