[GUIA] Assassinatos no Século 21

Eu percebi e venho comentando há algum tempo que boa parte do servidor não tem noção das dimensões de um assassinato nos tempos atuais, pelo menos não de forma que consigam interpretar isso de maneira verossímil. Me incomodou, principalmente pela postura de algumas facções criminosas. Tirar a vida de um ser humano não é algo banal, tem que ser pensado. Acha que se decidiu? Sente e repense mais três, quatro, cinco vezes. É claro que sempre existem exceções, mas no decorrer deste guia eu vou explicar o porquê de sempre se reconsiderar, preparar e caso realmente seja sua última opção, executar com perfeição, sem margem para erros.

De novo: este documento não é/nunca vai ser algo para se seguir religiosamente, não é a intenção dele. Afinal, circunstâncias, lugares e situações mudam de pessoa para pessoa. Eu peço para que ninguém leve tudo aqui como verdade absoluta, o que fizemos é só uma base para quem deseja enriquecer o seu roleplay com informações adicionais e realistas

A banalização da morte.



Para começarmos, é importante que exista uma reflexão. Nós estamos em 2021, as coisas naturalmente mudam e evoluem. Vejo muitos que acabam se espelhando erroneamente em alguns assassinatos ficcionais de séries e filmes de 10, 20, 30 anos atrás. Ninguém aqui é um especialista em homicídio na vida real, é normal que às vezes acabe se captando alguma referência para usar nos roleplays, mas é preciso também ter um pouco de tato e senso comum. Na vida real, a tecnologia da polícia não é mais a mesma. Hoje em dia, facilmente poderiam identificar na cena do crime uma fibra de cabelo, tecido de roupa, DNA, digitais, marcas dos sapatos do assassino e muito mais. É só pensar: se a chance de ser pego planejando absolutamente tudo já é alta, imagine em quanto isso aumenta para quem é descuidado. É praticamente impossível matar na rua sem consequências, por exemplo. As lojas têm câmeras de segurança ligadas 24/7, elas com certeza vão gravar o seu rosto, as suas características, a placa do seu carro e tudo que é possível para te incriminar.

O que vem depois de decidir que alguém deve morrer? A execução, em todos os sentidos, precisa ser feita de forma limpa e muito bem planejada para que não sobre resquícios ligando o crime ao seu personagem. Ele não vai poder se dar o luxo da dúvida, do medo sim, mas da dúvida não. Precisa ter certeza que o trabalho foi bem feito e que nada ficou para trás. E o que é comum dentro do nosso cenário? PKs e CKs não-resolutos, que tampam o sol com a peneira. De que adianta você matar um rival se você vai ser preso por isso? E isso vale para qualquer âmbito de roleplay. O seu personagem é um gângster e o corpo do inimigo realmente precisa ser deixado à vista? Ótimo, então tome todos os cuidados para que isso de jeito nenhum seja ligado a você. Pelo menos, não completamente. Lembrem-se que um suspeito não é um acusado, ele é s-u-s-p-e-i-t-o de ter cometido o crime e as provas estão em apuração.

Escolhendo os acessórios.



Não deixe que O Irlandês iluda você ao ponto de interpretar colocar várias armas em uma cama para escolher qual você vai usar para executar o serviço que precisa fazer (sorte a do seu personagem de ter uma vasta opção de armas, se fosse o caso). Você precisa fazer com que o cara parta dessa para melhor, OK. O que você vai usar? Uma boa escolha são armas de calibres mais baixos, como a Beretta Bobcat, que é municiada com .22, ou então a Colt Special, .38, que ainda de um grau mais potente, faria um estrago tão semelhante quanto. Mas por que utilizar de calibres mais baixos? Porque você não quer se sujar todo de sangue! E você também não quer acordar o quarteirão inteiro. Algo MUITO importante de se lembrar é de não municiar o cartucho sem luvas, caso o contrário, todas as explicações a seguir se anulam. Não usar luvas é deixar as digitais nas cápsulas e dizer à polícia/FBI que foi você (é óbvio que nem sempre vai ser assim, mas a situação aqui está construída para que caso haja um assassinato, um dos principais suspeitos seja o seu personagem e as forças policiais não possam provar que de fato foi ele).

Caso você não tenha escolha e precise fazer o hit em público (é preferível que sempre aconteça em algum lugar fechado), pode tentar escolher roupas menos chamativas e até uma máscara, se for o caso em questão. As câmeras de vigilância podem sim te acusar em uma situação dessas mas também podem acabar te inocentando se a coisa for bem organizada. Quer um exemplo disso? Um álibi, um álibi pode ser a compra da sua soltura da custódia caso você tenha um realmente sólido. Um quarto de hotel alugado a quilômetros de distância da cena do crime, testemunhas que possam confirmar que você estava em um lugar (mesmo que não estivesse), MAS tome muito cuidado, porque qualquer controvérsia irá fazer o martelo do juiz bater à favor da polícia. E falando em polícia, você dificilmente vai escapar dela se tiver a ideia mequetrefe de fazer um hit sem a proteção de um carro. E é aí que mais uma vez entram os detalhes que muitas das vezes passam desapercebidos. Você pode comprar um carro roubado ou roubar você mesmo, o que importa é ter um veículo que não seja seu para fazer o que precisa ser feito. Lembrando que o carro é um acessório, uma ferramenta que vai auxiliar nisso.

Eu sei que é complexo, mas também ninguém disse que matar e sair impune ia ser fácil.

Aftermath.



Está feito, você e o seu parceiro (caso tenha um cúmplice) fizeram o serviço. Acabou. Acabou, certo? Depende... O que você vai fazer com o corpo? Sumir com ele? Vocês vão precisar enfiar o cadáver no porta-malas (até poderiam embalar caso quisessem redobrar a atenção e os cuidados) e ir embora. Então, quais opções vocês têm? Picotar (com serras, machados e/ou facas), carbonizar, congelar para triturar, queimar ou até mesmo alimentar os porcos de alguma fazenda por aí com o corpo (os porcos devoram até os ossos). Afinal, qual é o melhor jeito de não ter um assassinato ligado até você? Não existindo um corpo, evidências e arma do crime.
O que é que vem depois de tudo isso? Se o serviço foi bem feito, com sorte não vai ter com o que se preocupar. Mas e o seu personagem? Que efeito psicológico isso vai ter nele? Tirar uma vida humana não é algo ordinário. Ele vai ficar traumatizado? Paranoico, com medo da polícia? Ou talvez simplesmente aceitar que já aconteceu e tudo que ele tem que fazer agora é conviver com o peso de ter matado uma pessoa? Essas são perguntas que só você vai poder responder

Créditos: Gray e Vocam.